Polimedicação - um problema global
Vivemos hoje em dia um enorme e arriscado problema de polimedicação, também conhecido como a “doença do saco”.
Com a evolução dos tempos, assinaladamente na segunda metade do século XIX, pautado pelo impulso tecnológico gerado pelos investimentos durante a segunda guerra mundial, várias indústrias farmacêuticas começaram a receber incentivos financeiros para iniciar a revolução medicamentosa do século XX. Desta forma os medicamentos sintéticos foram progressivamente substituindo as plantas medicinais e os tratamentos naturais. O desenvolvimento da indústria farmacêutica foi amplamente apoiado pela população, pois a crença geral era de que os medicamentos sintéticos seriam muito melhores.
A partir desta época, a medicina foi-se tornando cada vez mais baseada na utilização de medicamentos químicos de síntese. Não esqueçamos porém que a esmagadora maioria dos medicamentos sintéticos advém das plantas medicinais: os seus princípios ativos são extraídos e sintetizados dando origem às drogas anti-depressivas, anti-inflamatórias, analgésicas, etc., que conhecemos hoje em dia. Tomemos como exemplo da sintetização química o ácido salicílico. Extraído do salgueiro (Salix alba), planta utilizada desde a antiguidade para dores e problemas reumáticos, foi isolada a substância salicilina em 1829. No organismo, ela converte-se em ácido salicílico, que por sua vez foi sintetizado em laboratório na segunda metade do século XIX para ser utilizado como analgésico. Em 1893, o ácido salicílico teve a sua estrutura modificada por Félix Hoffmann, funcionário da Bayer, para ácido acetilsalicílico (uma forma mais estável, que permitiu melhorar a administração e comercialização da droga, nesta época utilizada para dores, febres e problemas reumatológicos. Em 1899, o medicamento foi nomeado Aspirina®.
Quase irónico que as mesmas substâncias que são receitadas para tratar diversas doenças são as mesmas que podem, por vezes, colocar em risco a própria saúde. E mais, o risco não se prende apenas com a saúde do individuo que os toma. Nenhum fármaco é biodegradável. Acontece que os medicamentos quando são ingeridos resultam em toxinas fruto da sua metabolização. Uns ficarão armazenados no organismo, outros, serão felizmente excretados. Todavia será o ambiente o recetor destes metabolitos tóxicos. Significa isto que fragmentos destes medicamentos vão diretamente dos organismos para os solos e mares, que por sua vez entram na cadeia alimentar no Homem. Estima-se que cerca de 3 000 medicamentos serão excretados pelo organismo, apenas parcialmente metabolizados. Têm sido apelidados de contaminantes emergentes e foram detetados em rios e baías em vários países. Em Portugal os estudos têm sido feitos nas universidades do Algarve, Coimbra e Porto.
Neste contexto, a busca de mecanismos alternativos à base de terapêuticas de baixo risco e eficácia consagrada pela visão empírica milenar, passou a ser estimulada pela Organização Mundial de Saúde. Mais ainda, não somente a fitoterapia foi redescoberta como também se criou um incentivo às pesquisas científicas nessa área. Fitoterapia, homeopatia, alimentação saudável, entre outras técnicas e formas de estar na vida.
Existem cada vez mais pessoas a sofrerem de doenças crónicas. Este facto é preocupante e em grande parte deve-se ao excesso de medicação química de síntese, aos maus hábitos alimentares, à poluição do ambiente, ao stress emocional, em suma, aos tempos que correm.
Em Portugal um estudo feito em 2014 e publicado no Publico, revelou que Idosos em lares tomam mais de dez medicamentos por dia. As conclusões do estudo publicado na Revista Portuguesa de Farmacoterapia são preocupantes: cerca de ⅙ dos 1 315 fármacos receitados diariamente foram identificados como “medicamentos potencialmente inadequados” e, em média, cada idoso tomava dois remédios que não faziam sentido tendo em conta o seu estado de saúde e a sua idade. No total, ¾ destes idosos estavam a tomar medicamentos potencialmente inadequados. Em média, cada um deles sofria de mais de quatro patologias e tomava mais de dez medicamentos por dia. Havia um idoso a quem tinham sido receitados 28 remédios. Mas o que mais surpreendeu pela negativa foi a elevada percentagem de casos (45,8%) em que se detectou a duplicação de medicamentos com o mesmo princípio activo e da mesma classe terapêutica, como foi o caso dos antidepressivos e dos ansiolíticos.
Uma “boa” polimedicação, caso seja considerada uma definição quantitativa, só pode ser atingida pela qualidade da prescrição, ou seja, uso dos medicamentos corretos nas condições adequadas para tratar as doenças pretendidas. Uma mensagem central é a expressão “Less is more”.
Para quem não pode passar sem fazer medicação de síntese, os seguintes Sais de Schussler podem ajudar a contrariar os efeitos colaterais do mesmo:
Sal nº 4 Kalium chloratum
Reforça a saúde das Mucosas.
1 comprimido 3 X dia
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Sal nº 9 Natrium phosphoricum
Alcaliniza o pH.
1 comprimido 3 X dia
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Sal nº 10 Natrium sulfuricum
Desintoxica e drena as toxinas hepáticas.
1 comprimido 3 X dia
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